sábado, 15 de março de 2008

Sorrir

Eu confesso que não sou uma pessoa muito... Erh... "Reveladora de mim mesma". Mas vou me permitir um momento para compartilhar minha situação de... Ahn... Felicidade momentânea.

A Chirla percebe que está num momento agradável de sua vida quando, de repente, dá aqueles sorrisinhos timidos para um teclado qualquer, uma porta de metrô, ou até para um espelho. Nessas situações ela percebe que algo vem tornando seus recentes momentos sozinha em momentos para sorrir.

Sei que sorrisos deveriam e devem ser dados quando quiser e puder, sem se importar com as linhas de expressões resultantes de seu uso freqüente. Mas a sensação é mais gostosa quando você percebe a presença deles sem perceber, quando eles simplesmente visitam seus lábios sem aviso prévio.

A felicidade é boa porque ela é momentânea. Não estou repudiando dela, estou enaltecendo seu caráter quase esporádico e único. Enquanto eu aproveito essa onda de otimismo, revelo para os meus também esporádicos leitores que apesar dos maremotos, furacões e abalos sísmicos apocalípticos que insistem em aparecer em minha vida, eu sempre guardo momentos para os agora já tão íntimos sorrisos.

quarta-feira, 12 de março de 2008

selfcontrole


É sabido que o auto-controle é algo que nós exercemos em nós mesmos, um controle que exercemos sobre nossas ações e reações.

Hipoteticamente falando, se uma criança chuta seu tornozelo, você no máximo vai dar uma risadinha, um sorriso amarelo e se afastar do pequeno ser humano, quando na verdade sua reação seria a de dar um tapa na cabeça dela e falar:
- "Ô pivete, caralho, q merda!"
Mas você não fez isso, você se controlou.



Controlar.



O auto-controle é uma das maiores dádivas que poderíamos ter. Ele nos faz evitar situações inusitadas e até mesmo, em certos casos, constrangedoras! O problema é quando ele interfere no quesito querer. Por exemplo... Quero um pedaço daquele bolo de chocolate que dá água na boca só de olhar. Mas eu não vou comer um pedaço porque estou de regime. Mas um pedaço só não mata! Mas com certeza se eu comer, vou querer mais que um só pedaço...

Se alguém pega na sua mão, te dá um abraço, você sente a vontade de retribuir, mas não consegue. Travou? Auto-controle, quer parar?
Até quando e quanto esse auto-controle é bom ou ruim?
E não venha me falar que isso vem com o tempo, porque o tempo passa o tempo todo e eu ainda não descobri.

Quero ter auto-controle? Devo?


Eita tempo, viu?!



Paro tudo. Paro de pensar, de respirar.
De repente percebo que ele sempre vai estar comigo e eu sempre vou estar com ele. Juntos vamos descobrir o passo e o compasso dessa dança. Com controle? Na medida do possível.

sábado, 1 de março de 2008

Citação


"Vive o instante que passa. Vive-o intensamente até à última gota de sangue. É um instante banal, nada há nele que o distinga de mil outros instantes vividos. E no entanto ele é o único por ser irrepetível e isso o distingue de qualquer outro. Porque nunca mais ele será o mesmo nem tu que o estás vivendo. Absorve-o todo em ti, impregna-te dele e que ele não seja pois em vão no dar-se-te todo a ti. Olha o sol difícil entre as nuvens, respira à profundidade de ti, ouve o vento. Escuta as vozes longínquas de crianças, o ruído de um motor que passa na estrada, o silêncio que isso envolve e que fica. E pensa-te a ti que disso te apercebes, sê vivo aí, pensa-te vivo aí, sente-te aí. E que nada se perca infinitesimalmente no mundo que vives e na pessoa que és. Assim o dom estúpido e miraculoso da vida não será a estupidez maior de o não teres cumprido integralmente, de o teres desperdiçado numa vida que terá fim. "

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente IV'