segunda-feira, 30 de maio de 2011

LIVRO DE ROSTOS

Bem, como posso dizer, tenho essa dúvida que tem atormentado meus instantes vituais.
Mas antes de colocá-la em pauta, quero desenvolver o assunto que a gerou: redes sociais.

Como o próprio nome diz, elas estão aqui para nos ajudar a manter contato social, em rede. Imagine uma grande teia de aranha, na qual cada junção da teia representa um usuário. Imagético mas simples, e essa teia envolve o mundo todo. Logo, você estaria ligado a um cara da Malásia com uma proximidade enorme sem que você realmente tivesse tomado essa ação. Mas não precisamos ir tão longe.

Digamos que você tem uma vizinha, adicionou ela no facebook e agora você tem o privilégio de ver e acompanhar suas atualizações! Mudanças de humor, fotos daquela festa polêmica, detalhes de suas amizades, teor de seus comentários... Enfim, você passa a conhecê-la melhor. E é aí que apareceu a minha dúvida: TODOS PARECEM LINDOS, FELIZES, COM MUITOS AMIGOS, INTERESSANTES E INTELIGENTES, mas tem alguma coisa errada, será que são mesmo?

Não, não são. Me tomo como exemplo, uma atitude corajosa e até arriscada, mas enfim:
Não tenho tantos amigos assim, acho que são até poucos, mas bons sabe.
Não atualizo fotos daquela festa ótima, saída com as amigas, foto de árvores pelo instagram a cada 5 minutos.
Tudo que eu consigo fazer é comentar as fotos dos meus amigos mais próximos e atualizar meu mural com mensagens mal-humoradas. Só. Ou seja: não sou pop.

E aí, o que tudo isso tem haver comigo? Oras, para eu ser amada virtualmente, reconhecida, bem-querida e afins, eu teria que vestir uma roupa, a da social-media - happy - a lot of friends- a lot of comments in my pics. E eu não tenho essa roupa, tenho que ir comprar. No mural de algum facebook-famous, com certeza, tipo a vizinha.

Abandono meu desprezo e me preocupo com o que vão pensar de mim, como colocar os comentários certos, sempre rir e sorrir para tudo, fotos conceituais. Tal como no corredor da escola, onde éramos julgados pela embalagem.

Welcome to facebook!


Um comentário:

Thaís disse...

As vezes a gente tá mesmo feliz, e sabe-se lá porque quer dividir essas coisas; as vezes ta na merda e faz uso de tanta atualização pra nao deixar ninguem desconfiar...
tem gente que tem necessidade de ser visto e só.
confesso, sou assim em parte do tempo também, mas é algo meio que sem explicação. carência? ego? quem sabe.
o bom disso tudo é que a gente pode, como você diz, se privar disso.
enquanto tiver a opção de ocultar tanta informação não desejada, tá todo mundo feliz.
Beijo safira!